Quer
meu amor, carinho, respeito e admiração? Me deixa livre, me deixa solta, não me
pressiona, não me força, não me prende. Mas ao mesmo tempo me mostra que tenho
pra onde voltar, que tenho abrigo, que tenho colo, que tenho conforto e, de
quebra, um cafuné pra me fazer companhia nas noites vazias.
Não
sou tão difícil assim de desvendar. Meus olhos nunca souberam mentir, apesar da
minha boca dizer certas coisas que nem sempre são sinceras. Me desculpe, mas é
que às vezes preciso fingir. [...] Dizem que o amor machuca, eu tenho esse lado
infantil que se atira sem pensar e esse lado adulto que se preocupa com os
tombos que surgem no meio dessa difícil estrada que é o sentir.
Tenho um bocado de coisas pra aprender, meu coração ainda é criança.
Sofro por coisas bobas, me preocupo com o que ninguém vê. O invisível sempre me
interessou demais. Aquilo que a gente não consegue tocar, mas que consegue
sentir profundamente. E eu sinto tanto, tanto. Me confundo no meio de tantos
sentimentos bons, contraditórios, sem nome, sem nexo. Nem sempre sentir
esclarece as coisas, não. Muitas vezes o sentir só atrapalha tudo e deixa a
gente ainda mais enrolado. Mas que graça a vida teria se não fossem esses
gostinhos doces e salgados, alternando, se misturando, lutando entre si?
Nenhuma. Por isso, aceito resignada o que me foi destinado. Nasci pra andar
sempre de mãos dadas com a minha liberdade e com o amor que me move e me faz
sentir cada coisa de forma arrebatadora. E vou viver assim até o último dia da
minha vida
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