"Roda mundo, roda gigante/ Rodamoinho, roda pião/
O tempo rodou num instante/ Nas voltas do meu coração."
(Chico Buarque)
Eu já perdi as contas de quantas vezes abri o editor de postagem desse blog, foram inúmeras tentativas de confessar algo aqui, mas sempre deixava para a próxima vez.
Faz uns dias que mudei o visual daqui, talvez para me sentir mais a vontade ou sei lá, mas se você estiver lendo isso, é porque de alguma maneira essa manobra funcionou.
Muita coisa mudou desde da última vez que vim aqui, ainda estou em busca da minha estrada de tijolos amarelos, alguma coisa que me diz que estou mais perto de achar do que estava na ultima vez.
Minha vida mudou quase que completamente nesses últimos quatro meses, todos os campos da minha vida sofreram alterações, algumas boas, outras ruins, mas é isso, a vida não pode ser estável.
Acho que nunca senti tanto medo de perder alguém na minha vida como senti há 4 meses, minha Vó (única que tenho, meu anjo de luz) teve uma crise de memória e voltou a ser uma criança, ainda bem que isso só durou 24h, as horas mais apavorantes e desesperadas que vivi (lágrimas se fazendo presente agora), perder alguém é terrível, mas perde alguém em vida e essa pessoa ser a sua maior referência e fonte de inspiração é totalmente sem explicação. Ela está agora ali no quarto dela, dormindo como um anjo de luz (ela costuma me chamar assim), e eu sou muito grata a Deus por isso, por ter ela nos meus dias, se eu amava ela antes disso, depois disso esse amor só aumentou e só aumenta a cada amanhecer, inexplicavelmente.
Nesses meses também, já mudei três vezes de emprego, e nesse exato momento estou desempregada, esperando uma empresa ligar alguns simples cabos, mas que só podem ser ligados por ela, porque moramos no Brasil, as coisas aqui tem de ser burocráticas.
Eu tive chance de permanecer no mesmo local que estava trabalhando há 4 anos, mas eu não quis, eu não quis permanecer, primeiro por conta da Energia que aquele local hoje tem, me enfraquece, trava meu riso e pesa meu coração, eu saí sem saber para onde iria, mas a única coisa que eu não queria era ficar, meu coração sangra até hoje por ter sido uma saída rápida demais, onde não tive oportunidade de abraçar cada pequeno meu e dizer que a tia iria continuar mandando todas as boas energias para eles, agora sempre que tenho a oportunidade de encontrar um pelo caminho, eu falo, eu abraço e eu sinto saudade. Mas não me arrependo das minhas escolhas, estou indo morar na beira da praia, acredita?! Ao dobrar a esquina de casa para ir trabalhar ou para voltar do trabalho, dou de cara com um mar imenso, com ondas imensas, e eu me sinto em paz por alguns segundos. Quando a madrugada vai chegando e o a cal(mar)ia também, consigo ouvir o som das ondas quebrando na praia, deitada na minha cama de pallets, feita todinha por mim.
Nesse meio tempo, perdi algumas pessoas, ganhei outras, fortaleci vínculos e preferi cortar vínculos com outras também.
Alguns sonhos foram embora junto com algumas pessoas, outros perderam o sentido e alguns estão florescendo aqui dentro.
Hoje, 27 de março de 2017, eu me sinto uma mulher forte, hoje eu me amo como nunca tinha ousado.
Eu sempre ouvi muitas pessoas me dizendo que eu era uma mulher forte, corajosa e admirável, para falar a verdade nunca me senti assim, nunca achei que fosse forte, mas hoje me sinto forte, me percebo assim, e é uma sensação incrível (lágrimas voltaram), hoje eu me sinto tão Diandra, tão minha, tão dona de mim e das minhas vontades, eu já não travo mais, não cavo um buraco fundo para me esconder e me proteger quando as coisas querem desabar, eu bato o pé e falo o que tenho para falar, e isso é realmente libertador, eu já não me sinto só, eu amo ficar comigo, eu até sai outro dia desses para tomar um drink comigo, e modesta a parte, eu sou mesmo uma ótima companhia, eu sei que ainda tenho muito o que andar para me tornar a melhor versão de mim, para mim, mas eu sei que estou no caminho certo, pois estou seguindo o caminho do amor-próprio, e acho que esse realmente é o melhor caminho, todo mundo deveria trilha por essa estrada de mão única, até se aventurar em uma via de mão dupla. Me meti em algumas ciladas também, ciladas que me fizeram colar no espelho um post-it "Diandra, não ignore sua intuição!", não tem como, em outra vida eu fui bruxa, cigana ou vidente. Esse final de semana eu vi o sol nascer em uma roda de velhos amigos, e eu me senti em paz, e eu tenho mesmo encontrado a paz em pequenas coisas, em coisas cotidianas, a paz está em pequenos fragmentos de tempo que as vezes passam desapercebidos, mas eu venho aprimorando e aguçando meu paladar para essas coisas simples e cheias de paz, eu estou caminhando sozinha, não tenho destino certo, eu só quero ir, e eu sei que minha intuição saberá onde/quando eu devo parar,
Algumas pessoas costumam fazer analogia entre a roda gigante e nossa vida, e realmente vejo sentido nisso, eu não sei exatamente em qual parte da roda eu estou agora, juro que é a primeira vez que estou andando em uma sozinha, e ao mesmo tempo que é uma sensação apavorante (eu tenho medo de roda gigante) é também mágica.
Alguns sentimentos ditos em uma madrugada fria e chuvosa de março.
27. mar. 2017
27. mar. 2017
1:26AM , segunda-feira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário